“Sempre que odeias algo, esse algo retribui o ódio. Isto é verdade para pessoas, situações e objetos inanimados.”
— David Cain
Não é animismo, nem é paranoia. É neurologia e psicologia.
Tudo o que é abrangido pela nossa percepção é captado pelos nossos sentidos e filtrado pela nossa mente. E muito do trabalho feito por esse filtro é automático. É por isso que ao leres “elefante cor-de-rosa,” a tua mente acaba de manifestar um paquiderme colorido.
Para algumas pessoas, terá sido um fantasma quase invisível, apenas presente por um mero instante, exorcizado findo o parágrafo; para outras, ainda não se foi embora. Mas para todos, foi uma criação involuntária que, não obstante esse facto, foi real dentro da vossa cabeça, como um pensamento. E bastou ler um par de palavras.
Se um par de palavras pode gerar um pensamento involuntário, o que dizer de uma emoção forte como o ódio? Quanto da tua realidade é colorida por esse filtro, quando o carregas no centro da tua mente, da tua experiência como ser humano?
O karma é instantâneo – faz, literalmente, parte de nós – e o ódio consome tudo como combustível, até que nada sobra.