A maior parte dos livros tem uma moral (ou sugestão de acção) passível de explicar em duas páginas ou menos.
Então, porque é que se escrevem livros?
Porque aplicar uma solução sem compreender como se chegou a ela é o que fazem os robôs. E às vezes, isso é suficiente; às vezes, só precisamos de saber que peça usar, que linha de código escrever, e que ingrediente escolher.
Mas a maior parte das vezes, não; o raciocínio é precioso, porque nos ajuda a tomar uma decisão em condições que são semelhantes mas não exactamente iguais às descritas no cenário original. Conhecer o caminho ajuda-nos a criar adaptações.
Mesmo que raciocínio não seja necessário para assimilar a solução, o contexto pode ser. Um excelente exemplo disto é “O Alquimista,” de Paulo Coelho. Tudo o que o livro tem a dizer, é dito na última página. No entanto, se pularmos para a ultima página sem ler o resto do livro, vamos achar que é um lugar comum; sabedoria de algibeira.
Ás vezes, é preciso viver os desafios para integrar a solução.
Os livros dão-nos a oportunidade de os viver sem os sofrer.