Não sei o que se passa quando estou numa reunião a tentar explicar coisas a pessoas. Saio tenso.
Fico a pensar se terei sido gentil, ou se terei sido agressivo. No momento em si, não me sinto zangado – mas fica a tensão quando saio. Sinto-me fechado, com os sentidos em alarme. Como se tivesse acabado de sair de uma luta ou de um acidente de automóvel. Como se tivesse acabado de assassinar o Padrinho e a família estivesse à espera em cada esquina, para extrair o preço de sangue.
Acho que o que me falta nessas situações, é estar no momento. Estou sempre a tentar pensar dois passos à frente, a tentar antecipar respostas e perguntas e saber como as seguir.
Sei que não é desta forma que faço o meu melhor trabalho. O meu melhor trabalho, faço-o estando presente. E fico menos tenso. Melhor trabalho, menos tensão. Não há desvantagem. Mas agir assim não é natural. Exige práctica.
Amanhã é outro dia para practicar.